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Mercado

Campo de Ourique

'Um mercado tradicional virado para o futuro'

As caras do mercado

 

 

Fernanda

Vendedora de Flores

 

Quem vai constantemente ao Mercado de Campo de Ourique, os pregões de Fernanda, vendedora de Flores, já são familiares a todos. A boa disposição na banca das flores é permanente e Fernanda com 69 anos, não faz por menos. “Todos os dias acordo as 6h da manhã para preparar a carrinha com as flores.” Quem a ajuda é o seu filho, mas só mesmo nos transportes porque na banca quem manda é a Fernanda das Flores. Chega ao mercado às 7h da manhã e não abre a banca sem antes carregar energias, o típico galão e torrada, são indispensáveis.

 

Quando questionada sobre o tempo que trabalha no mercado, Fernanda diz “desde sempre que trabalho no Mercado de Campo de Ourique”. A sua mãe, Hortense dos Limões, como era conhecida, teve 12 filhos e, todos foram criados no mercado. “Comecei a vender limões e alhos, depois fruta, hortaliça, peixe e, há quarenta anos que vendo fruta.”, acrescenta.

 

O amor e o gosto que tem pelo mercado é único porque “nasci aqui e daqui nunca mais saí. Já tive muitas oportunidades em trabalhar noutros mercados, nunca aceitei.”

 

Aos fins de semana, quando a confusão aperta é a Dona Fernanda quem chama clientes, seja para a banca dela, seja para a vendedora do peixe. “Oh menina quer flores?”, é assim que as clientes vão ao seu posto.

 

Conhece o mercado como a palma da sua mão e, com a remodelação feita há 3 anos, com a introdução de restaurantes e tascas, “hoje temos o melhor mercado de Lisboa.” É assim que Dona Fernanda descreve o seu mercado, o Mercado de Campo de Ourique.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Maria José

Vendedora de Aves

 

Na banca das aves, encontramos Maria José, vendedora há 63 anos no Mercado de Campo de Ourique.

Acorda todos os dias às 6h da manhã, com a exceção do sábado, que acorda às 5h, para preparar tudo com calma e para que nada falte no dia de trabalho. Recebe a ajuda da filha só aos sábados, mas durante a semana é Maria José quem controla a sua banca e sozinha.

Desde sempre que vende aves, mas recorda que antigamente era tudo muito diferente e mais difícil. “Era eu quem matava as criações, desde coelhos, frangos, galinhas... eu matava, depenava e arranjava. Agora já vem tudo preparado do matadouro.”

 

Quando questionada sobre a sua vida sem o mercado, Fernanda fez questão de deixar bem claro que “não imagino a minha vida sem este mercado. Para mim é vida, é saúde, é família, é tudo”. No entanto, quando um dia tiver de deixar a sua banca, “não quero que ninguém fique com ela.”  Toda a sua vida foi passada no mercado e hoje a sua família são as clientes que vão lá todos os dias, “só para tomar um café...”.

 

Para Fernanda, a concorrência das grandes superfícies não a assusta, “hoje em dia as pessoas procuram qualidade e, embora os preços sejam diferentes, aqui a qualidade é sempre superior.”

 

Com a introdução dos restaurantes e das tasquinhas, a vendedora das aves mostra grande satisfação. “Foi uma excelente ideia e hoje olho para este mercado ainda com mais vontade e com orgulho em dizer que faço parte da mobília do Mercado de Campo de Ourique.”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Aurora de Brito

vendedora de fruta

É mesmo no meio do Mercado de Campo de Ourique que encontramos a banca da fruta, liderada pela vendedora mais antiga, Aurora de Brito. “Estou neste mercado há 65 anos e daqui ninguém me tira. Todos os dias, inclusive feriados e domingos, entro às 8h da manhã e saio as sete horas da tarde.”

 

Natural de Vila Real, Aurora de Brito foi para Lisboa com 12 anos, juntamente com a sua tia. “Tudo começou quando a minha tia, um dia, convenceu a minha mãe para me deixar ir com ela a Lisboa, especialmente passar um dia no mercado. Passei aqui um dia e nunca mais saí, até hoje.” O gosto pela confusão e o amor ao mercado de Campo de Ourique é único e os laços que criou são de uma vida. “Os clientes são a nossa família, conversam, desabafam, pedem conselhos e, quando falo em conselhos é mesmo o que fazer para jantar ou almoço, tudo.” Mas não é só dos clientes que tem esta relação, “desde empregados de limpeza, a juventude mais nova que trabalha aqui nas tascas, tudo, somo uma grande família.”

 

Para a vendedora mais antiga do mercado, “a remodelação que foi feita aqui, foi uma estratégia excelente, que trouxe muitas pessoas, muitos jovens e muitos turistas. As pessoas almoçam ou jantam aqui e depois vêm fazer compras às bancas.” Com a introdução dos restaurantes, “todas nós vendedoras ganhamos muito, porque vêm comprar ananás, laranjas, maças, o peixe, a carne, o pão para fazerem os preparados lá na tasca. As pessoas sabem que estão a comer do mercado.”

 

Quando questionada sobre a concorrência que existe, Aurora diz que já foi mais preocupante, mas que agora “as pessoas estão novamente a voltar ao mercado porque preferem a qualidade e os produtos frescos e portugueses. Nas grandes superfícies, a maioria vem tudo do estrangeiro.”

 

“Um mercado muito acolhedor, mas sempre com aquela azáfama maravilhosa e saudável”, é assim que Aurora de Brito descreve o seu mercado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Conceição Francisco

Vendedora de produtos congelados

 

 

Conceição Francisco, começou num mercado abastecedor, mas há 25 anos que prefere um mercado típico e tradicional. Hoje encontramos esta vendedora na banca dos produtos congelados, mas não foi fácil chegar ao Mercado de Campo de Ourique. “Ao início, quando saí do mercado de Campo Grande, na altura, juntamente com o meu marido, decidimos criar um negócio por nossa conta. Andamos à procura, durante muito tempo e quando descobrimos aqui no mercado este espaço, não hesitamos e arriscamos. Depois conseguimos fornecedores e tudo acabou por correr bem e hoje estou cá há 25 anos.”

 

Para Conceição, a relação que tem com as suas clientes, são familiares e amigas. “Aqui no mercado, já passei por uma fase muito triste da minha vida, com a morte do meu marido. O meu grande apoio, foi aquele que recebi das minhas clientes, que hoje são muito mais do que isso.”

 

Para a vendedora dos congelados, os mercados de antigamente já não são aquilo que são hoje. “Aquela ideia de que nos mercados, há sempre desentendimentos, hoje já não é bem assim. Os pregões, a confusão nas bancas, já não existe tanto.” No entanto, “o acolhimento e os laços que se criam são muito fortes, porque acabamos por passar o dia sempre todas juntas e, acabamos por nos apoiar, aconselhar, sempre que precisamos.”

 

Quanto ao tipo de cliente, Conceição considera que “hoje em dia vê-se muitos casais jovens a comprar no mercado, a mostrar interesse nos produtos, a ouvir as nossas histórias, o que antigamente isso não existia.”

 

Para esta vendedora, “tudo depende de nós vendedoras. Incutir valores nos que têm interesse em iniciar um futuro como vendedor de mercado. Acredito muito que vai sempre existir mercados e cada vez mais, mercados sofisticados e com classe, tal como o Mercado de Campo de Ourique.”

 

Ilídio Cruz 

talhante

Ilídio Cruz, começou a trabalhar como talhante no mercado de Campo de Ourique com 14 anos. No entanto, “o dinheiro que se ganhava aqui na altura, não era suficiente e tive de procurar trabalho num outro talho. Foi exatamente quando começaram a aparecer as grandes superfícies, ofereciam mais dinheiro e pronto arrisquei.”

 

Para o talhante do Mercado de Campo de Ourique, a saída quase “obrigatória” do mercado foi difícil, mas pouco duradoura. “Voltei ao Mercado de Campo de Ourique, porque realmente a qualidade supera os preços e hoje o cliente procura isso mesmo, qualidade.”

 

“Hoje vejo muitos clientes que via antigamente e isso mostra realmente a nossa qualidade. Por isso, quando me perguntam há quanto tempo trabalho aqui, digo sempre há 40 anos”

 

Todos os dias este talho situado mesmo nas portas de entrada do mercado, abre às 7h da manhã e aos domingos é o único dia em que está fechado. “Saio daqui todos os dias satisfeito e orgulhoso, porque estou a trabalhar no melhor mercado de Lisboa”, é assim que Ilídio Cruz define o Mercado de Campo de Ourique.

O 'novo' mercado

Este 'novo' mercado surgiu em Novembro de 2013. Alia o mercado tradicional aos quiosques modernos e gourmet.

Atualmente o mercado conta com bancas tradicionais de venda de peixe, legumes, fruta, compotas e frutos secos, talhos, produtos congelados e 16 quiosques mais modernos. Desde a pastelaria, às massas e ao sushi estas lojas oferecem aos visitantes do mercado uma oferta variada para as suas refeições.

Um local para comprar os melhores produtos frescos, com a simpatia dos vendedores que já pertencem ao mercado à muitos anos, contando com o renovado conceito de restauração, proporcionando um momento diferente em família ou amigos.

O novo conceito do Mercado de Campo de Ourique "pretende trazer mais vida à cidade e reavivar a tradição do bairro de Campo de Ourique".

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Um pouco de história

    O ‘Mercado Municipal de Campo de Ourique foi mandado construir por José Dionísio Nobre, um empresário e residente no bairro de Campo de Ourique, com o projeto do arquiteto António Couto Martins. O mercado foi inaugurado a 14 de Abril de 1934. Este espaço foi concessionado por 40 anos pelo seu construtor e pelos seus herdeiros. Em 1973 a gestão do mercado passou para a Câmara Municipal de Lisboa.

 

     

    Durante os anos 80 do século XX, o espaço sofreu obras de renovação e ampliação, pelos arquitetos Daniel Santa Rita, Alberto Oliveira e Rosário Vernade.

Em 2013 é criado um novo conceito, tendo sido renovado com um conceito gourmet, inspirado no modelo do ‘Mercado de San Miguel’, em Madrid. A exploração do mercado é entregue pela autarquia à empresa ‘MCO’.

    O ‘novo’ mercado reabriu a 26 de novembro de 2013 e o seu modelo foi replicado para o ‘Mercado da Ribeira’.

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